quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Liars - (2010) Sisterworld

   

   Uma resenha rápida, sem conhecimento algum da causa. Só pra não deixar passar.

   O Liars é um trio dos EUAzes, que eu não sei onde encaixar, em questão de gênero. A Wikipedia me diz que eles fazem rock experimental, dance-punk, post-punk revival, noise rock e art punk. Bom, eles são experimentais, fazem barulho e também umas músicas que ninguém se importaria em dançar. Às vezes não é tão difícil catalogar algo.

   “Sisterworld”é aparentemente mais complexo que os outros (que eu conheço): ele tem muitos orquestrados, com sopros e instrumentos mais comuns na música clássica, mas dão um jeito de incluir nisso a psicose da banda, com guitarras, sintetizadores e coisas presentes anteriormente. Isso deixa o som mais completo, cheio, sascoisas. E isso é uma das primeiras coisas que se nota.

   A outra é que o disco todo é bem psicótico, e os momentos mais pesados só realçam isso. A atmosfera é densa, e o som sempre parece te puxar pra baixo. Dá pra explicar tecnicamente como eles fazem isso, a colocação dos acordes, tonalidades e talz, mas eu não tenho certeza se está certo. Basta dizer que a música cresce, pra baixo.

   “Scissor” e “No Barrier Fun” mostram isso de forma bem clara. Ambas começam lentas, e vão ganhando forma conforme a música anda, com explosão na primeira, e aumentos mais leves na segunda. Os riffs são doentes, de uma forma sutil, e dá pra ver bem a colocação, principalmente, do que eu acho ser um cello ou um contrabaixo. E esses instrumentos são naturalmente “tristes”. Nas mãos deles, o estrago é absurdo. Pianos desordenados também entram na brincadeira em “Drip”, junto com o que parece ser um sintetizador dando o fundo.

   “Scarecrows On A Killer Slant” é a primeira faixa sem nenhum elemento anterior. É rápida, distorcida, ruidosa, e bastante tensa. Se pex a “Broken Witch” do disco. E dá até pra imaginar ela, junto com “The Overachievers” em uma pista de dança. Tudo depende de quão mórbido você é.

   “Goodnight Everything” podia muito bem fechar o disco, seja pelo nome, ou pela música em si. Começa toda grandiosa, e vai se formando com o sopro, até chegar ao ápice com as guitarras, daquele jeito fechado.Vale notar, que durante toda a música rolam uns barulhos estranhos, como se fossem robôs sendo construídos, ou algo sendo soldado. “I Still Can See An Outside World” segue a mesma linha.

   É um disco bem pensado, por sinal, com construções bem bacanas em cada música, e com maior sutileza, em grande parte do tempo, seja no vocal, ou na música. Tudo é bem coerente, e em algumas músicas, como ”Too Much, Too Much”, a impressão que se tem é de se estar seguindo uma história, conforme o ritmo te leva, e isso é um grande atrativo.

   Por fim, apesar de tudo que dizem dos outros, esse disco é o mais apavorante dos Liars. Tudo é tensão pura; a trilha pra algo ruim que pode acontecer. Como diria o Gordura, “andar pelas ruas desertas da cidade escutando isso é a forma de descobrir se tu é um cara durão ou não”. É um disco de dar medo. Não de fazer você ter pesadelos à noite, mas pelo menos pra fazer você dizer “porra, isso é sinistro pra caraleo”.

   

   Pra downloadear: (2010) Sisterworld

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